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Habitaculuns | Esboço



A exposição é uma instalação como Natureza Morta - um VANITAS. O título "HABITACULUNS " sugere inúmeras e infindáveis moradas... O assunto é o tempo, o espaço e a obra do homem. OPUS HUMANUS (obra do homem) aqui abrange todos os quadrantes das atividades humanas)). Esse detalhe está na faixa decorativa como rodameio na parede... é possível vê-la como " paisagem" - suas folhas, suas raízes, os fios que se entrelaçam sugerindo infinitas possibilidades das ações humanas. As flores com pistilos eretos como vibrações da vida. As folhas nascem, crescem, se desenvolvem, amadurecem, caem envelhecidas, se desintegram e voltam a ser pó. Nessas faixas utilizo a idéia dos 22 Arcanos Maiores das Cartas do Tarô como a marcar as ações do humano de forma irônica no tempo presente. O TEMPO é intangível...o percebemos quando medimos pelas coisas que conseguimos ver em inúmeros espaços...as nuvens que passam, as plantas que crescem, nós que envelhecemos, os planetas que explodem... Do Homem Vitruviano ao Homem Antropoceno existe no espaço verossímil e indizível o tempo marcado pelas interferências do Opushumanus. No Vídeo Arte " LU-MEM" minha performance toca de forma singular esse assunto. O altar das oferendas imoladas é montado com lixo desse Opushumanus- o lixo não tem vida, mas permanecerá aqui nesse espaço quase que eternamente, e, como um marcador de tempo passará milhões de anos aqui na terra e ainda terá o registro vestígio espantoso do nosso tempo contemporâneo. Título da exposição: "HABITACULUNS" Rodameio: "HOPUSHUMANUS" Objeto escultura: "MORARI" Vídeo Arte:"LU- MEM" Desenho em sublimação: "VELLUS" -

Um assunto que sempre me turbula é essa questão da (des) importância do "SER". Minhas exposições mostram sempre essa minha inquietação. Na maioria das vezes (como esta) proponho sempre exposições inéditas, é o que me instiga...com outras formas de falar de coisas antigas e sabidas de todos nós, mas que na maioria das vezes já nem sabemos tanto por conta de tantos desejos e necessidades que nos ensurdecem. Há quatro meses venho pensando sobre a forma da exposição.

No começo tenho uma ideia panorâmica e à medida que vou trabalhando, essa ideia vai tomando corpo mais possível de entendimento... nessa exposição " INFRANGÍVEIS", tenho a honra de ser convidada pela Fundação BADESC na figura de seu Diretor Eneléo Alcides e a sorte da Curadoria da Ilustre professora de Arte (UDESC) Rosângela Cheren. Na montagem uso desenho em sublimação, desenhos em papel, escultura objeto e vídeo-arte, no qual faço uma performance (com Direção da Cineasta Mara Salla - UNISUL).

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Descrevendo a exposição: Em véus, uma grávida (como noiva; é possível que seja uma virgem). É possível pensar que dentro de si carrega o passado, o presente e o futuro. Passado porque se está grávida, houve um ato - a gravidez é o próprio presente, o futuro é o ser que dela em algum momento passará a existir. Esse futuro são as possibilidades, do novo, de algo melhor...penso ali, do algo sagrado, que apesar de toda ciência e tecnologia não dominamos a mágica da vida...esse futuro que se contrapõe nas figuras do ancião e da caveira reforçado no objeto caixa onde através do reflexo no espelho será possível constatar um "ESTAR"...que apesar de qualquer vaidade somos todos uma pequenina imagem, apenas reflexo resultado da luz...aqui é possível pensar " quem é esse ser que me encara fixo no meu olho no reflexo do espelho?" Pergunta que dificilmente nos fazemos por conta das mascaras que aprendemos a usar e nem nos damos conta de quantas, no decorrer de nossas vidas...nossa preocupação com valor, mérito,dimensão,magnitude,glória, destaque, prestígio, influência, reputação, autoridade, crédito, poder, status e etc, etc...mas aqui diante da pequenina imagem que reflete no pequenino espelho dentro de uma grande caixa é possível um flash de nossa insignificância diante do mistério da existência.

No vídeo-arte minha performance recorre à Vestal, mulher que recolhe as impurezas do mundo...aqui, a possibilidade de um recomeço...o fogo que está apagado é um passado de tentativas, o presente é o exagero desmedido que provoca a destruição...esse altar montado com o lixo resultante do descuido e deszelo do ser humano para com seu entorno, para com o outro e consequentemente para consigo mesmo é uma espécie de alerta ...já não temos mais tempo de troca " perdoai-os, eles não sabem o que fazem ?" ...nesse filme a provocação de que a bondade apesar da miséria do homem, ela a bondade, como último suspiro, por algum tempo ainda será possível ...o futuro tem o seu tempo através do fogo sagrado, esse fogo que ilumina pontua a possibilidade de um recomeço.

No altar sacrifício é colocado o fogo sagrado pela vestal como esperança de renovação tanto quanto no desenho da noiva grávida. No ventre da mãe virgem que dará à luz um ser ...esse ser tanto pode ser eu , como Você ou qualquer um.

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